quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

O tabaco e as crianças

Ora aqui estou eu a tocar num assunto quente, principalmente se os leitores forem fumadores.
Eu, como não fumadora desde sempre e para sempre, sou manifestamente anti-tabaco, mas sem nunca deixar de respeitar a opção dos fumadores de fumarem. Cada um de nós tem liberdade para fazer o que bem entende com a sua vida, e no meu entender essa liberdade só termina quando interfere com a liberdade de outras pessoas.
Mas disso falarei noutro dia. Hoje quero antes chamar a atenção para os perigos na exposição de crianças ao fumo do tabaco.

Basta andar na rua para diariamente vermos atentados à saúde dos mais pequeninos. Pais, mães, avós, avôs, tios, tias, primos, amigos ou meros conhecidos ou desconhecidos, convivem de perto com as crianças enquanto fumam os seus cigarros.
Dentro do carro, na esplanada do café, à porta de um prédio, a passear na rua. Quase todas estas pessoas, enquanto estão a fumar, fazem o gesto típico de pôr mais afastada a mão em que têm o cigarro, para trás, quase que escondida. Seria suficiente se não houvesse vento, correntes de ar, se tudo e todos permanecessem imóveis. Mas tal não acontece. E de cada vez que um adulto fuma junto a uma criança, ela vai estar, sem qualquer hipótese de escolha, a fumar passivamente.

Depois há outra questão. Muitos dos compostos químicos presentes no fumo do tabaco aderem às roupas, tapetes, mobílias, ..., ou seja, permanecem no espaço onde o cigarro foi fumado. Daí não ser só importante que as pessoas não fumem em frente às crianças, mas que também não o façam nos locais que estas frequentam.

Cabe aos pais criar condições para que os seus filhos cresçam num ambiente saudável, e no que respeita ao tabaco não significa apenas não fumarem em casa e à frente dos filhos (se se tratarem de pais fumadores), mas significa também impedirem que outros fumem com os seus filhos por perto e não frequentarem com os filhos locais onde se fuma. E muitas vezes estas medidas significam ser "desagradável" para com amigos ou familiares, mas antes ser "desagradável" e correr o risco de ser mal compreendido, do que conscientemente expôr os filhos a perigos que por vezes conduzem a problemas de saúde irreversíveis.

E se ainda há quem não esteja convencido e pense que se se fumar só de vez em quando um cigarrito em frente aos miúdos não tem mal nenhum, pense nas consequências para a saúde que lhes pode estar a causar: (apenas alguns exemplos) aumento da probabilidade de pneumonia, bronquite, tosse, dificuldade respiratória, agravamento de asma e desenvolvimento de doença cardíaca.
Para além de tudo isto, o fumo do cigarro contém imensos produtos cancerígenos, amoníaco, cianeto, monóxido de carbono, ... e os filhos de pais fumadores têm quatro vezes mais hipóteses de ser alérgicos e uma grande probabilidade de virem um dia a tornar-se também eles fumadores.

Termino como comecei: todos os fumadores têm direito a fazer a escolha de fumar, mas nenhum tem o direito (ou pelo menos nenhum devia ter) de conscientemente "obrigar" as outras pessoas a passivamente fumarem o fumo do seu tabaco, mesmo que essas outras pessoas sejam os seus filhos. E sobretudo se o forem!

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